terça-feira, 11 de janeiro de 2011


As vezes, sobretudo agora, verão e lua quase cheia, me surpreendo melancólico pelas noites a suspirar na sacada espanhola, com vontade de chorar. Choro quando consigo. Ou ouço Caetano cantando Contigo en la distancia, e choro mais. Não tenho pena de mim, mas por vezes sinto falta de amor. Fico sempre muito só.


CaioFAbreu

Chorei...

Daí vá ficando por aí, eu vou ficando por aqui
evitando, desviando, sempre pensando:
se por acaso a gente se cruzasse...



Alice Ruiz

Que apesar dos pesares conserva o bom-humor, caça nuvens nos ares, crê no bem e no amor.


Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 4 de janeiro de 2011




Um brinde ao que está sempre nas nossas mãos:
a vida inédita pela frente
e a virgindade dos dias que virão!



Elisa Lucinda

sábado, 1 de janeiro de 2011




Nunca mais eu pensei que alguém viria. Nunca, outra vez, a mão de alguém na minha pele cheia de células mortas.


CaioFAbreu



Despojado do que já não há solto no vazio do que ainda não veio, minha boca cantará cantos de alívio pelo que se foi, cantos de espera pelo que há de vir.


CaioFAbreu





A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta e se gasta de tanto se acostumar, e se perde em si mesma.


Clarice Lispector