sábado, 31 de dezembro de 2011


"Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer..."


Marcas do que se foi - Os Incíveis


Todas as marcas, acumuladas ao longo dos anos, são a minha identidade e o resultado da minha coragem q muito me orgulha!!
Quero outras tantas...

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011




"Ele me desperta sentimentos i-na-cre-di-ta-vel-men-te ternos."



CaioFAbreu in Carta a Jacqueline Cantore

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011




"Que é da natureza da dor parar de doer, tenho aprendido."


CaioFAbreu in OESP Caderno 2 - 05 de fevereiro de 1995



"Quero ver outras pessoas, outros corpos, outras caras, mesmo que sejam inexpressivos, desconhecidos. Eu também serei inexpressivo e desconhecido para elas, e nesse desconhecimento e nessa inexpressividade mergulharemos todos juntos num filme qualquer, de mãos dadas no escuro, como um bando de meninos dançando a cirandinha."



CaioFAbreu in Limite Branco

domingo, 25 de dezembro de 2011




"Quando acordei meu travesseiro estava molhado. Eram lágrimas. Muitas. Minhas.
Acho que passei a noite regando meus sonhos."


Marla de Queiroz



"E atenta
Em consideração a mim,
cobri-me de recuos.
Eu, que de docilidade me fizera."



Hilda Hilst

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011



"Amanhã à meia-noite volto a nascer. Você também. Que seja suave, perfumado nosso parto entre ervas na manjedoura. Que sejamos doces com nossa mãe Gaia, que anda morrendo de morte matada por nós. Façamos um brinde a todas as coisas que o Senhor pôs na Terra para nosso deleite e terror. Brindemos à Vida - talvez seja esse o nome daquele cara, e não o que você imaginou. Embora sejam iguais. Sinônimos, indissociáveis. Feliz, feliz Natal. Merecemos."



CaioFAbreu in Mais uma carta para além dos muros - Pequenas Epifanias


"Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça."


CaioFAbrei In Vai Passar - Dispersos



"A música vive me emprestando saudade."



Fabrício Carpinejar

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011




"Sinto impulsos covardes, assustadiços e escapistas de voltar. Também
porque sinto saudade, muita, de tudo. Mas sei que não devo.[...]Mas a confusão e a solidão dessas decisões me deixam assim, como direi, sartreano."



CaioFAbreu in Carta a Jacqueline Cantore



"Mas eu tinha/tenho tanta sede dele. Me sinto o camelo do
poema de Cecilia Meireles, mastigando sua imensa solidão."


CaioFAbreu in carta a Sérgio Keuchgerian

domingo, 18 de dezembro de 2011


"(...) Deve ser o tempo, a proximidade dos 40 anos (que meeeeedo), as nossas células e neurônios fatigados, mas vai baixando uma humildade tão grande. Reduzi tanto meus sonhos, minhas fantasias, minhas esperanças.
Ando espantado com o tempo. O tempo é a única coisa terrível que existe.
O tempo que passa e leva de arrasto, aparentemente aleatório,
a juventude nossa e dos outros.
Não é amargo, é apenas real. Só hoje começo a compreender certa expressão de espanto inconsolável que muitas vezes percebi nos olhos de meu pai. Meus próprios olhos estão ganhando pouco a pouco uma expressão semelhante".


CaioFAbreu in Carta à Ruy Krebs

sábado, 17 de dezembro de 2011



"Sou PhD em desilusão amorosa.[...] Fui muito honesto nas relações, não sei jogar. Odeio quando o amor se transforma em violência, competição, morbidez. Eu sou muito jeca afetivamente. Nunca fui uma pessoa promíscua. Aos 46 anos, estou cansado. Quando os amigos falam do amor e das frustrações, eu me sinto tão distante..."



CaioFAbrei in Depoimento a Fátima Torri - Revista Marie Claire - Set 1995

"...saí a caminhar em busca de alguém para conversar. [...] E nada, não
encontrei ninguém. Caí (pode?) no meio do asfalto chorando. Arranhei as unhas no asfalto de pura solidão."


CaioFAbreu in Carta a Sérgio Keuchgerian

"Amor é bicho instruído
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã."


Carlos Drummond de Andrade



"Amargo, às vezes violento, embora cheio de fé. Essa mesmo que me alimenta até hoje e que me faz ser capaz – como neste momento – de ainda me emocionar ouvindo Beatles cantarem coisas como ‘all you need is love, love, love...’ "



CaioFAbreu in O Ovo Apunhalado

terça-feira, 13 de dezembro de 2011




"Você sabe, estou saindo de um momento muito escuro, então tenho
procurado não deixar que as minhas dores pessoais — do meu ponto de vista: enormes — interfiram no meu viver objetivo."


CaioFAbreu in Carta à Luiz Fernando Emediato

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Paulinho Moska e Ângela Rorô




"Deixara o telefone do bar, o endereço, a hora que estaria ali. Um detalhado roteiro, feito dissesse dissimulado estou esperando, você pode me encontrar. Ah como doía manter-se assim disponível, completamente em branco para a procura."



CaioFAbreu in Inventário do Ir-remediável



"Tenho um passado hippie que me deixou muitas coisas boas. Estou sempre preocupado com a ética, com a beleza, com a dignidade.(...) e uma terrível nostalgia da 'bondade' (...). Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras - e por tudo isso, ando cada vez mais só. É como me sinto melhor. "



CaioFAbreu in Carta à Guilherme de Almeida Prado

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011




"Mergulho e depois emerjo [...] Ando, deslizo, continuo, continuo... Sempre, sem parar, distraindo minha sede cansada de pousar num fim."



Clarice Lispector in Perto do Coração Selvagem



“alivia a minha alma, faze com que eu sinta que Tua mão está dada à minha, faze com que eu sinta que a morte não existe porque na verdade já estamos na eternidade, faze com que eu sinta que amar é não morrer, que a entrega de si mesmo não significa a morte, faze com que eu sinta uma alegria modesta e diária,[...] abençoa-me para que eu viva com alegria o pão que eu como, o sono que durmo, faze com que eu tenha caridade por mim mesma pois senão não poderei sentir que Deus me amou, faze com que eu perca o pudor de desejar que na hora de minha morte haja uma mão humana amada para apertar a minha, amém.”



Clarice Lispector in Uma aprendizagem ou o Livro dos prazeres.



"Mesmo assim eu não esquecia dele. Em parte porque seria impossível esquecê-lo, em parte também, principalmente, porque não desejava isso. É verdade, eu o amava"


CaioFAbreu in Réquiem por um fugitivo - Ovo Apunhalado

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

" O que tinha de ser " - Maria Bethânia




"...Falaram então sobre as paixões, os enganos, as carências e todas essas coisas que acontecem no coração da gente, e tudo, e nada."



CaioFAbreu in Mel e Girassóis


"Meus braços são por demais pequenos para o mundo que eu quero abraçar.
E meu coração é por demais tortuoso para não causar espanto."


Clarice Lispector


"Andava à deriva, sem afetos, sem ambições, como uma estrela errante no sistema planetário de Úrsula.”



Gabriel García Márquez — Cem Anos de Solidão

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

terça-feira, 6 de dezembro de 2011



"Tenho planos. Acho um pouco temerário? utópico? fantástico?
escapista? ainda ter planos a esta altura do campeonato, mas
— que se à de fazer? — tenho."



CaioFAbreu in Carta a Nei Duclós


“O sofrimento não tem
nenhum valor.
Não acende um halo
em volta de tua cabeça, não
ilumina trecho algum
de tua carne escura
nem mesmo o que iluminaria a lembrança
ou a ilusão
de uma alegria)
Sofre tu, sofre
um cão ferido, um inseto
que o neocid envenena.
Será maior a tua dor
que a daquele gato que viste
a espinha quebrada a pau
arrastando-se a berrar pela sarjeta
sem ao menos poder morrer?
A justiça é moral, a injustiça não.
A dor te iguala a ratos e baratas
que também de dentro dos esgotos
espiam o sol
e no seu corpo nojento
de entre fezes
querem estar contentes."



Ferreira Gullar

domingo, 4 de dezembro de 2011



"Quando escrevo poesia, é sobre isso que escrevo: o medo da solidão como sina. E vivo a lavrar o campo, a limpar a casa, a colocar as coisas nos seus lugares certos; só que o que eu espero é a Desejada, não Indesejada. Eu espero a Vida, não a Morte. Não sei se ela virá. E não sei se apenas por estar dentro dela, isso significa que ela esteja em nós, em mim."



CaioFAbreu in Limite Branco



"Não há castigo infinito. Não há dor infinita. Um dia a gente termina para começar, começa para terminar, refaz o percurso como se nada tivesse acontecido antes.
Deixe-me apenas uma cadeira de palha, amarela, para olhar com piedade o que fui e me deslumbrar com as ruínas"



Fabrício Carpinejar

sábado, 3 de dezembro de 2011




"Abraço tem que ter pegada, jeito, curva. Aperto suave, que pode virar colo. Alento tenso, que pode virar despedida. Abraço é confissão. Abraço não pode ser rápido senão é empurrão. Requer cruzamento dos braços e uma demora do rosto no linho. Abraço é para atravessar o nosso corpo."



Fabrício Carpinejar

Ele fala do que faz...eis a prova! simplesmente demais!



"É tempo de me fazer, eu sei. E sei que é bom ser ainda indefinido.[...] e esse é o primeiro passo. Não sei quais serão os outros, mas saberei dá-los."



CaioFAbreu in Limite Branco


" Movo-me dentro de meus instintos fundos que se cumprem às cegas."


Clarice Lispector – Água Viva



"Temos que respirar nossas fraquezas."



Clarice Lispector

sábado, 26 de novembro de 2011



"Mas o que houve — o tropeço, o solavanco, o esbarrão, a tosse no meio da área lírica —, o que houve foi um pensamento impiedoso e exatamente assim: não faço parte disso.
Não uma dúvida, mas uma certeza. Absoluta.
Sem inveja nem mágoa, revolta ou vontade furiosa de que pudesse ser de outra forma. Secamente, definitivamente, eu não fazia parte daquilo. (…) Por razões que não sei explicar; e nem precisariam tentar ser explicadas porque eram e, pior, continuam sendo completamente indiscutíveis.
Eu não fazia parte, e pronto."



CaioFAbreu in Agostos por dentro - Pequenas Epifanias



sexta-feira, 25 de novembro de 2011




"...sou tantas em uma só que tenho um medo incrível de me perder dentro de mim"


Lígia Rosso in Imensidão - Nas Entrelinhas



"Só espero, não penso nada. Tento me concentrar numa daquelas sensações antigas como alegria ou fé ou esperança. Mas só fico aqui parado, sem sentir nada, sem pedir nada, sem querer nada."



CaioFAbreu in Lixo e Purpurina, Ovelhas Negras.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011




"Eu chegara ao nada, e o nada era vivo e úmido."



Clarice Lispector in A Paixão Segundo GH

quarta-feira, 23 de novembro de 2011




"Me dói não ter podido mostrar minha face. Me dói ter passado tanto tempo atento a ele — quando ele nunca ficou atento a mim. E eu passei tanta coisa dura."



CaioFAbreu in Carta a Jacqueline Cantore

terça-feira, 22 de novembro de 2011





Olhei para o quarto onde eu me aprisionara, e buscava uma saída, desesperadamente procurava escapar, e dentro de mim eu já recuara tanto que minha alma se encostara até a parede - sem sequer poder me impedir, sem querer mais me impedir, fascinada pela certeza do ímã que me atraía, eu recuava dentro de mim até a parede onde eu me incrustava no desenho da mulher. Eu recuara até a medula de meus ossos, meu último reduto. Onde, na parede, eu estava tão nua que não fazia sombra."


Clarice Lispector in A Paixão Segundo GH

segunda-feira, 21 de novembro de 2011




"Sejamos mais reais em nossas dores."


Fabrício Carpinejar

"[...] incompetente para a vida. Faltava-lhe o jeito de se ajeitar. Só vagamente tomava conhecimento da espécie de ausência que tinha de si mesma. Se fosse criatura que se exprime diria: o mundo é fora de mim, eu sou fora do mundo."



Clarice Lispector in A Hora da Estrela



"Agora só resta uma coisa seca. Dentro, fora"



CaioFAbreu in Luz e Sombra - Morangos Mofados

domingo, 20 de novembro de 2011



"Quem pode deter o avanço do tempo? Alguma coisa vai ser dita ou feita, o tempo prepara meus ouvidos e meu corpo para as palavras ainda em gestação. Levanto as duas mãos, veias estendidas sob a tessitura clara da pele, dedos desertos como se segurassem uma palavra intangível[...] Como dói o deserto de dedos desassombrados."



CaioFAbreu in Apenas uma maçã – Inventário do Irremediável

sábado, 19 de novembro de 2011



"E se estou adiando começar é também porque não tenho guia."



Clarice Lispector - A Paixão Segundo GH



"Estou tão assustada que só poderei aceitar que me perdi se imaginar que alguém me está dando a mão"



Clarice Lispector - A Paixão Segundo GH

domingo, 13 de novembro de 2011




- Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.
- Natural é encontrar. Natural é perder.
- Linhas paralelas se encontram no infinito.
- O infinito não acaba. O infinito é nunca.
- Ou sempre.
(Silêncio)



CaioFAbreu in O Dia que Júpiter encontrou Saturno - Morangos Mofados.



"Era sábado à noite, quase verão, pela cidade havia tantos shows e peças teatrais e bares repletos e festas e pré-estréias em sessões de meia-noite e gente se encontrando e motos correndo e tão difícil renunciar a tudo isso para permanecer no apartamento lendo, espiando pela janela a alegria alheia"


CaioFAbreu

sábado, 12 de novembro de 2011


"Faz de mim, em tua memória, aquilo que lhe for mais conveniente...Mas lembre sempre, por favor, que estar inteira como estive me custou tudo o que eu tinha."



Marla de Queiroz

"O que há de tão grave na dor, para que se tema tanto, sempre?
O que há de tão nobre no amor, para que se queira insistentemente?
E o que há em comum entre os dois para que, vezenquando, se complementem?"


Marla de Queiroz



"Ela só queria que essa dor tão familiar, lhe fosse estranha.[...]
E pedia esperançosa: Deus perdoa por eu ter amado desajeitadamente, quem não me amou de jeito algum."



Marla de Queiroz

sexta-feira, 11 de novembro de 2011




"Eu aqui tenho ido um pouco aos trancos [...] Um ceticismo, umas durezas que eu não tinha antes. Deixa pra lá."



CaioFAbreu in Carta a Charles Kiefer