sábado, 31 de dezembro de 2011
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
"Quero ver outras pessoas, outros corpos, outras caras, mesmo que sejam inexpressivos, desconhecidos. Eu também serei inexpressivo e desconhecido para elas, e nesse desconhecimento e nessa inexpressividade mergulharemos todos juntos num filme qualquer, de mãos dadas no escuro, como um bando de meninos dançando a cirandinha."
CaioFAbreu in Limite Branco
domingo, 25 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
"Amanhã à meia-noite volto a nascer. Você também. Que seja suave, perfumado nosso parto entre ervas na manjedoura. Que sejamos doces com nossa mãe Gaia, que anda morrendo de morte matada por nós. Façamos um brinde a todas as coisas que o Senhor pôs na Terra para nosso deleite e terror. Brindemos à Vida - talvez seja esse o nome daquele cara, e não o que você imaginou. Embora sejam iguais. Sinônimos, indissociáveis. Feliz, feliz Natal. Merecemos."
CaioFAbreu in Mais uma carta para além dos muros - Pequenas Epifanias
"Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça."
CaioFAbrei In Vai Passar - Dispersos
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
"(...) Deve ser o tempo, a proximidade dos 40 anos (que meeeeedo), as nossas células e neurônios fatigados, mas vai baixando uma humildade tão grande. Reduzi tanto meus sonhos, minhas fantasias, minhas esperanças.
Ando espantado com o tempo. O tempo é a única coisa terrível que existe.
O tempo que passa e leva de arrasto, aparentemente aleatório,
a juventude nossa e dos outros.
Não é amargo, é apenas real. Só hoje começo a compreender certa expressão de espanto inconsolável que muitas vezes percebi nos olhos de meu pai. Meus próprios olhos estão ganhando pouco a pouco uma expressão semelhante".
CaioFAbreu in Carta à Ruy Krebs
sábado, 17 de dezembro de 2011
"Sou PhD em desilusão amorosa.[...] Fui muito honesto nas relações, não sei jogar. Odeio quando o amor se transforma em violência, competição, morbidez. Eu sou muito jeca afetivamente. Nunca fui uma pessoa promíscua. Aos 46 anos, estou cansado. Quando os amigos falam do amor e das frustrações, eu me sinto tão distante..."
CaioFAbrei in Depoimento a Fátima Torri - Revista Marie Claire - Set 1995
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Paulinho Moska e Ângela Rorô
"Deixara o telefone do bar, o endereço, a hora que estaria ali. Um detalhado roteiro, feito dissesse dissimulado estou esperando, você pode me encontrar. Ah como doía manter-se assim disponível, completamente em branco para a procura."
CaioFAbreu in Inventário do Ir-remediável
"Tenho um passado hippie que me deixou muitas coisas boas. Estou sempre preocupado com a ética, com a beleza, com a dignidade.(...) e uma terrível nostalgia da 'bondade' (...). Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras - e por tudo isso, ando cada vez mais só. É como me sinto melhor. "
CaioFAbreu in Carta à Guilherme de Almeida Prado
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
“alivia a minha alma, faze com que eu sinta que Tua mão está dada à minha, faze com que eu sinta que a morte não existe porque na verdade já estamos na eternidade, faze com que eu sinta que amar é não morrer, que a entrega de si mesmo não significa a morte, faze com que eu sinta uma alegria modesta e diária,[...] abençoa-me para que eu viva com alegria o pão que eu como, o sono que durmo, faze com que eu tenha caridade por mim mesma pois senão não poderei sentir que Deus me amou, faze com que eu perca o pudor de desejar que na hora de minha morte haja uma mão humana amada para apertar a minha, amém.”
Clarice Lispector in Uma aprendizagem ou o Livro dos prazeres.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
" O que tinha de ser " - Maria Bethânia
"...Falaram então sobre as paixões, os enganos, as carências e todas essas coisas que acontecem no coração da gente, e tudo, e nada."
CaioFAbreu in Mel e Girassóis
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
“O sofrimento não tem
nenhum valor.
Não acende um halo
em volta de tua cabeça, não
ilumina trecho algum
de tua carne escura
nem mesmo o que iluminaria a lembrança
ou a ilusão
de uma alegria)
Sofre tu, sofre
um cão ferido, um inseto
que o neocid envenena.
Será maior a tua dor
que a daquele gato que viste
a espinha quebrada a pau
arrastando-se a berrar pela sarjeta
sem ao menos poder morrer?
A justiça é moral, a injustiça não.
A dor te iguala a ratos e baratas
que também de dentro dos esgotos
espiam o sol
e no seu corpo nojento
de entre fezes
querem estar contentes."
Ferreira Gullar
domingo, 4 de dezembro de 2011
"Quando escrevo poesia, é sobre isso que escrevo: o medo da solidão como sina. E vivo a lavrar o campo, a limpar a casa, a colocar as coisas nos seus lugares certos; só que o que eu espero é a Desejada, não Indesejada. Eu espero a Vida, não a Morte. Não sei se ela virá. E não sei se apenas por estar dentro dela, isso significa que ela esteja em nós, em mim."
CaioFAbreu in Limite Branco
sábado, 3 de dezembro de 2011
"Abraço tem que ter pegada, jeito, curva. Aperto suave, que pode virar colo. Alento tenso, que pode virar despedida. Abraço é confissão. Abraço não pode ser rápido senão é empurrão. Requer cruzamento dos braços e uma demora do rosto no linho. Abraço é para atravessar o nosso corpo."
Fabrício Carpinejar
Ele fala do que faz...eis a prova! simplesmente demais!
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